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terça-feira, 16 de junho de 2009

QUANTO VALE OU É POR QUILO?

Lucila de Oliveira - Acadêmica do 1º Ano Pedagogia - UNICENTRO

Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre o filme de Sérgio Bianchi, “Quanto vale ou é por Quilo?”, também fazer uma breve reflexão sobre as contradições do nosso país.
Dado o limite deste texto, serão discutidas as relações existentes entre o filme de Bianchi e atual situação em que se encontra a sociedade.
O filme mostra diversas situações em que exclusões sociais e a miséria geram revoltas nas pessoas. Também percebemos que assim como no filme acontece em nossa sociedade: ONGS são apenas fachadas para arrecadação indevida de verba.O filme ainda faz analogia entre o comércio de escravos e a exploração na qual estamos inseridos. Faz um paralelo entre a vida no período da escravidão e a sociedade brasileira atual, enfatiza o comportamento e a decadência da moral, em relação às duas épocas.
Na verdade, o filme mostra situações cotidianas, vivenciadas lamentavelmente por todos. Essa comparação entre as diferentes temporalidades retrata que as circunstâncias e o individualismo continuam os mesmos, mudam apenas os personagens. O engraçado é que todos somos conhecedores dessas situações, sejam elas apenas representadas em um filme ou vida real.Qual será o motivo pelo qual ainda nos surpreendemos ao nos depararmos com tais episódios?Ignorância ou hipocrisia?
Há cenas no filme que retratam as conseqüências de uma sociedade desestruturada e também a causa: o capitalismo, que em muitas vezes é maquiado para parecer que trabalha e contribui com as necessidades da sociedade e, no entanto, seu objetivo não é outro senão o giro e o aumento do capital. No filme é possível identificar as partes oprimidas e também as partes opressoras, que não polpam esforços para fazer valer sua vontade. Também fica claro o que acontece àqueles que se opõem às forças da ordem: são reprimidos, ameaçados e, em alguns casos, assassinados.
O filme também mostra que o Positivismo, assim como as idéias e conceitos de Comte, ainda atuam fervorosamente em nosso meio, bem aqui na nossa sociedade.
Comte queria que a sociedade fosse organizada como uma máquina e que as pessoas obedecessem às leis gerais. Acreditava que a única realidade que existe é a humanidade e dentro dessa humanidade está o individuo. Parece que esse pensamento ainda povoa muitas mentes e adquiriu adeptos que lutam com “unhas e dentes” para por em prática esses ideais. A quem convém que as coisas continuem da forma que está e a quem interessa que a mudança ocorra?
Após analisar o conteúdo do filme “Quanto vale ou é por Quilo?” de Sérgio Bianchi, pude concluir que, ao contrário do que se pensa essa luta pode ser igualitária, desde que as partes interessadas reajam na mesma intensidade.
Qualquer semelhança entre o filme de Sérgio Bianchi, a atual sociedade e a época da escravidão não é mera coincidência. A única diferença é que, se juntassem um “dinheirinho”, os escravos poderiam comprar sua alforria. E hoje???

domingo, 7 de junho de 2009

TÚNEL DO TEMPO: TROPAS OCUPAM A USP, COMO NA DITADURA

Celso Lungaretti (*)

Termine como terminar a nova ocupação policial da Universidade de São Paulo, o grande perdedor, claro, é o governador José Serra, que começou sua trajetória política como presidente da União Nacional dos Estudantes e agora repete as práticas autoritárias do ministro da Educação da ditadura, Jarbas Passarinho.

Faz lembrar a propaganda contra armas que eu via nos ônibus quando criança: “hoje mocinho, amanhã bandido”.

Depois que o estado de direito foi restabelecido no Brasil, a atitude de tratar movimentos reivindicatórios e sociais como casos de polícia parecia estar destinada à lata de lixo da História, como parte da herança maldita do regime militar.

Foi estarrecedora a postura de Serra, ao permitir que as tropas ocupassem várias unidades de uma instituição universitária, como resposta a uma simples greve de funcionários!

Quanto à reitora, é a pessoal errada no lugar errado. Clama aos céus que não tem a mínima idéia do que seja um templo do saber e da decisão nefasta que tomou ao, com o aval de Serra, chamar a polícia para o campus.

Veio-me à lembrança a frase imortal de D. Paulo Evaristo Arns, diante da invasão da Pontifícia Universidade Católica pela PM: "'Na PUC só se entra prestando exame vestibular".

O resultado não se fez por esperar: agora os professores e os alunos também estão em greve, reagindo à truculência e à intimidação.

Serra é mais uma personalidade empenhada em incinerar seu currículo, talvez até como forma de se tornar palatável para os inimigos de ontem. Quer mostrar serviço para a direita, convencendo- a de que é capaz de servi-la fielmente, aplicando força desnecessária e criminalizando os movimentos dos quais outrora participou.

Vendeu a alma na esperança de chegar à Presidência da República. Tomara que nem essa contrapartida obtenha!

Talvez Serra até venha a seguir a exortação atribuída ao jornalista José Nêumanne Pinto, de que a polícia deveria mesmo é mandar bala nos baderneiros.

Se foi isso mesmo o que Nêumanne disse num telejornal matutino do SBT, é melhor ele abandonar de vez a profissão de jornalista, pois terá se tornado um estranho no ninho. Aliás, quem fala algo assim apartou-se da própria civilização.

Registro, finalmente, minha total e irrestrita solidariedade aos bravos professores, estudantes e funcionários da USP, que neste momento estão na linha de frente da resistência da sociedade brasileira às forças obscurantistas empenhadas em, pouco a pouco, irem reintroduzindo o autoritarismo em nosso cotidiano.

* Jornalista e escritor, mantém os blogues
http://naufrago- da-utopia. blogspot. com/
http://celsolungare tti-orebate. blogspot. com/

Ministério Público aponta graves irregularidades no contrato da revista Nova Escola com o governo de São Paulo

O Ministério Público de São Paulo propôs ação civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, a Diretora e o Supervisor de Projetos Especiais, ambos da FDE, bem como contra a Fundação Vitor Civita. A denúncia foi feita pelo mandato do deputado Ivan Valente, em conjunto com nossos deputados estaduais, em março deste ano. Além do cancelamento imediato do contrato, o MP pede que, caso as irregularidades sejam comprovadas e os atos praticados pelos agentes públicos julgados como improbidade administrativa, os réus da ação sejam condenados ao ressarcimento integral dos danos causados aos cofres públicos em função do contrato irregular; à perda da função pública; suspensão dos direitos políticos, de três a cinco anos; pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público, por cinco anos.

Leia abaixo, matéria do Observatório da Educação sobre o assunto.

MP entra com ação civil contra FDE por caso Nova Escola


O Ministério Público de São Paulo propôs, em 26 de maio, ação civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, a Diretora e o Supervisor de Projetos Especiais, ambos da FDE, bem como contra a Fundação Vitor Civita.

A Ação, que tem como fundamento possíveis irregularidades no contrato firmado sem licitação entre a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e a Fundação Victor Civita, requer a responsabilização dos agentes públicos por condutas que podem ser caracterizadas como improbidade administrativa.

Trata-se do desdobramento do Inquérito Civil Nº. 249/2009, que apura possíveis irregularidades na aquisição de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Em 1/10/2008, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) do governo estadual firmou contrato com a Editora Abril no valor de R$ 3,74 milhões, para a compra. Não houve licitação.
A inexigibilidade da licitação foi justificada por “inviabilidade de competição”. Alega-se que o material adquirido possui especificidades e, por isso, não seria possível realizar a concorrência. Pela existência de outras publicações na área, e pela SEE não ter feito consulta ao professorado da rede, os deputados federal Ivan Valente (PSOL) e estaduais Carlos Giannazi (PSOL) e Raul Marcelo (PSOL) entraram com Representação no MPE questionando a legalidade da dispensa de licitação.

Número estratosférico
O Promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para o caso, solicitou à FDE esclarecimentos dos motivos da contratação. Na ação civil, ele destaca o apontamento, pelo professorado, da existência de outras revistas que poderiam cumprir com a função pedagógica proposta pela Nova Escola. Diz ainda que “causa estranheza o próprio volume de assinaturas contratado, já que as revistas poderiam perfeitamente ser encaminhadas à biblioteca das escolas públicas ou sala de professores”.

Ele acrescenta que “em período anterior a este contrato, eram feitas 18.000 assinaturas e não o número estratosférico de 220.000”. O promotor afirma ser possível concluir que “houve a imposição de um único título aos professores da Rede Estadual de Ensino, beneficiando de forma inequívoca uma determinada instituição privada”, e afirma ainda que “os fatos são contundentes no sentido de que o Estado, através da FDE, gastou mal seus recursos, a partir de critérios pouco claros, realizando uma compra questionável do ponto de vista da pertinência e da necessidade, sem falar no aspecto jurídico principal que é o descumprimento da norma constitucional que exige a licitação para a compra de bens e serviços”.

Para suspender os efeitos do contrato, a ação propõe medida liminar, pela “necessidade de intervenção imediata para cessar imediatamente as práticas delituosas”. Caso as irregularidades sejam comprovadas e os atos praticados pelos agentes públicos julgados como improbidade administrativa, os réus da ação poderão ser condenados a (i) ressarcimento integral dos danos causados aos cofres públicos em função do contrato irregular; (ii) perda da função pública; (iii) suspensão dos direitos políticos, de três a cinco anos; (iv) pagamento de multa e (v) proibição de contratar com o poder público, por cinco anos.

Recentemente, o Observatório da Educação apurou, em reportagem sobre o caso, que a contratação de revistas e outros materiais sem licitação é prática recorrente do governo de São Paulo.

Fonte: www.paulohenriqueamorim.com.br