Pesquisar este blog

domingo, 26 de abril de 2009

Empregabilidade e pedagogias do "aprender a aprender"

Neste domingo, o Emílio Odebrecht falou o que os pedagogos comprometidos com o capital, conscientes ou não, falam aos seus alunos nas universidades.
Vivemos num mundo em que cada um deve cuidar de si, e que o sistema impere, sempre!!! É triste, mas na boca do Odebrecht não poderíamos esperar outra coisa, mas quando vemos professores repetindo isso aos alunos, é TRISTE!!!

Alessandro de Melo


Folha de São Paulo

São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

EMÍLIO ODEBRECHT

O compromisso de cada um

NO PASSADO, era normal que trabalhadores e executivos deixassem às empresas o planejamento e a gestão de suas carreiras. Trabalhavam muito, atualizavam-se pouco e quase não pensavam em mudanças. Alguns ficavam décadas na mesma função.Raros eram os que adquiriam novas competências, ainda mais por conta própria. No máximo, reciclavam as antigas. A realidade mudou. Autodesenvolvimento passou a ser a chave do êxito para os profissionais no mundo de hoje, porque o propósito do aprimoramento constante deve ser uma responsabilidade do indivíduo para consigo, não da empresa para com ele.O mundo do trabalho agora exige de quem nele se insere que tome as rédeas de seu próprio destino.Quem investe em si mesmo demonstra estar comprometido com sua realização profissional -pela busca do domínio pleno naquilo em que se especializou-, com sua realização econômica -pelo compartilhamento dos resultados que ajuda a empresa a gerar- e com sua realização emocional, como um corolário do que almeja conquistar na vida.Mas, para isso, é indispensável que principalmente o trabalhador jovem se imponha o desafio de aprender a aprender, o que significa ter a capacidade de interpretar a realidade a partir das referências a seu alcance, formular novos conceitos e levá-los à prática.Uma condição para o aprimoramento das pessoas é esta aptidão, que chamo de pensar conceitualmente. Outra condição é a capacidade de autoavaliar-se e identificar com espírito crítico carências e motivações.Ocorre que, se a prática da autoeducação é o fermento que promove a ascensão do indivíduo, nem sempre isso é uma tarefa fácil.Em algumas circunstâncias, os resultados somente serão alcançados se a predisposição de quem deseja aprender encontrar respaldo em um líder-educador que, ao perceber o potencial e o desejo de crescimento do liderado, tem a coragem de lhe atribuir responsabilidades que se mostram acima das qualificações que demonstra no momento. O efeito imediato desse gesto é a busca do conhecimento e das competências exigidas para a superação dos novos desafio.Meu pai, Norberto Odebrecht, até hoje lembra com gratidão de um pastor luterano, de nome Arnold, que lhe ensinou a ler e, sobretudo, a entender o mundo. Era um preceptor.No âmbito das organizações empresariais, o líder-educador exerce esse papel. A partir de sua autoeducação, pratica a pedagogia da presença, oferecendo tempo, presença, experiência e exemplos àqueles que têm no autodesenvolvimento um compromisso com o próprio futuro.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário